Hoje decidi desistir de ti.

Hoje decidi desistir de ti.
Sem mais demoras e sem mais tretas, quero que vás á merda. Desculpa as palavras ofensivas mas mais ofensivo que estas palavras só mesmo a tua presença continua na minha vida.
Hoje decidi que basta!
Basta de te aturar por mensagem, chamadas, ou pessoalmente, basta de aturar os amuos e o facto de nunca me dares razão.
Já chega!
Já chega da tua voz, do teu toque e dos teus lábios, que ainda me fazem arrepiar mas diabos me levem se eu não vou ignorar cada arrepio e arranca-lo da minha pele.
Hoje apostei em mim, no que eu quero, no que me faz bem e naquilo que a minha vontade quiser fazer, então virei-te as costas, andar decidido e sem nunca olhar para trás fui embora.
Devia ter ido á mais tempo, mas a covardia de um coração enternecido não deixou. Raios parta o coração, a função dele é bombear o sangue, não bombear o teu nome pelas minhas entranhas. Mas hoje não!
Hoje mandei o coração á merda e mandei-te a ti também. Vai á merda e perde-te por lá.
Numa questão de segundos não sou mais tua, e isso faz-me questionar se somos realmente de alguém ou apenas de nós mesmos?
Ou será que nem de nós mesmos nós somos?
Então somos de quem?
Será que de ninguém?
Será que nos damos sem nunca realmente pertencermos?
Mas caramba, eu senti-me tua, mas até que ponto?
Virei-te as costas e deixei de ser.
Como num acto de magia, num estalar de dedos puff já não estou mais contigo.
Então hoje decidi deixar-me de meias palavras, de meias atitudes, de dizer que vou e nunca sair do mesmo sitio. Hoje não me tens mais.
Sei que não acreditas, e amanhã ainda me virás procurar.
Vais achar que é mais um amuo, mais uma birrinha.
Estás redondamente enganado, e ainda não sabes! Isso é o que tem mais piada.
Tens-me por garantida e mal sabes que já não sou tua.
Só queria poder ver a tua cara no momento em que dás conta que desta vez é a sério, que desta vez não vou mudar de opinião e fui embora para não voltar mais.
Mas eu não volto atrás.
Abriste mão de mim quando achas-te que era impossível me perderes.
Já o referi várias vezes e volto a referir, perdemos as coisas quando as damos por garantidas, porque é aí que nos desleixamos, que deixamos de cuidar, que aos poucos vamos dando menos atenção, porque afinal se não podemos perder não temos mais medo disso porque na nossa cabeça é uma coisa que não é possível acontecer, e então deixamos ir mesmo sem dar por isso. É o medo, o querer cuidar, o querer mimar para não ficar sem, o estar sempre ao lado, o preservar, o viver cada momento como se fosse o último que alimenta a paixão, e quando damos por garantido não há últimos momentos, e que piada isso tem? Que piada tem não aproveitar, não cuidar, não mimar, não viver sob o risco? Não tem piada nenhuma. Porque são essas coisas que alimentam a paixão, e quando ela desaparece não resta nada.
Quando te virei as costas já só senti que eu era a única a sentir.
Então eu fui embora.
Levei comigo o amor, o carinho, a compreensão, que tu não quiseste mais.
E parti.
Juntei os meus pedaços e fui sozinha, como fui estando nos últimos tempos.
Mas eu avisei-te, eu falei-te disso, e fizeste ouvidos moucos.
Agora quem não quer ouvir sou eu.
Aposto que te estás a roer, estás preocupado também, e estás a sentir-te perdido.
No fundo sei que precisavas de mim, sei que gostavas de mim, mas eu necessitava de um cuidado constante, e não o tive.
Tu deste-me por garantida, e não te enganaste, podia continuar a ser tua se tu me fizesses sentir verdadeiramente tua.
Eu podia ainda aí estar, a ver o teu sorriso, a rir-me contigo, a zangar-me, a querer mimos, a amar-te, a cuidar de ti, mas não estou, porque tu foste indo embora e eu fui também, só que desta vez não fomos juntos.
Então hoje desisti de ti, não porque já não te amo ou já não te quero, mas porque me amo e me quero ainda mais.
Se ao menos me tivesses ouvido...
Hoje eu ainda estaria aí.
Como sempre estive.
Mas hoje não, nem amanhã, nem depois.
Espero que te cuides, porque eu vou cuidar de mim.

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